Lição 11

04 a 10 de setembro

Ansiando por mais

  Sábado à tarde

Ano Bíblico: Ez 24-26

VERSO PARA MEMORIZAR: “Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram” (1Co 10:6).

LEITURAS DA SEMANA: 1Co 10:1-11; Lv 4:32-35; Jo 1:29; Hb 4:1-11; Sl 95:8-11

O Museu de Arte do Queens, em Nova York, abriga a maior maquete arquitetônica de uma cidade em todo o mundo, representando todos os edifícios de Nova York. Em uma escala de 1:1.200 (em que 2,5 centímetros ou 1 polegada corresponde a 33 metros ou 100 pés), a maquete abrange quase 870 metros quadrados (9.335 pés quadrados). Ela foi originalmente concluída em 1964 por 100 artesãos que trabalharam por mais de três anos para finalizar o projeto. A maquete foi atualizada na década de 1990. Por isso, não reflete a paisagem urbana de 2021. Ainda assim, é uma cópia incrivelmente complexa e detalhada da cidade original.Porém, é apenas uma cópia, um modelo, uma representação de algo mais grandioso, mais profundo e mais complexo do que a própria maquete.

Todas as maquetes e modelos são assim. Eles não são os originais, mas funcionam como símbolos dos originais. Uma maquete nos ajuda a compreender a essência do original, mas jamais pode substituí-lo. Em vez disso, ela existe para ajudar as pessoas a entender do que se trata o original.

As Escrituras estão repletas de modelos em miniatura de atividades e instituições que apontam para realidades celestiais. Hebreus 4 mostra uma dessas realidades no que se refere à questão bíblica do descanso.

  Domingo, 05 de setembro

Ano Bíblico: Ez 27-29

Batizado em Moisés

1. Leia 1 Coríntios 10:1-11. O que Paulo quis comunicar aos seus leitores em Corinto quando se referiu a “exemplos”?

O termo grego usado em 1 Coríntios 10:6 (e adaptado de forma semelhante em 1 Coríntios 10:11), traduzido como “exemplo” na maioria das traduções para o português, é typos. Em português, a palavra “tipo” tem por base esse substantivo grego. Um tipo (ou exemplo) nunca é a coisa original, mas um símbolo ou representação dela. É um modelo de outra coisa. Hebreus 8:5 apresenta um bom exemplo desse tipo de relação: “Estes [os sacerdotes do serviço do santuário do Antigo Testamento] ministram em figura e sombra das coisas celestiais, assim como Moisés foi divinamente instruído, quando estava para construir o tabernáculo. Pois Deus disse: ‘Tenha cuidado para fazer tudo de acordo com o modelo que foi mostrado a você no monte’”.

Essa passagem destaca a relação direta entre as realidades celestiais e terrestres, e em seguida apresenta uma citação de Êxodo 25:9, em que Deus tinha mandado Moisés construir o santuário no deserto “de acordo com o modelo” que ele tinha visto no monte. A questão é que o santuário terrestre, com seus rituais e procedimentos, era um “exemplo”, símbolo e modelo do que acontece no Céu, com Jesus como nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial.

Com isso em mente, entendemos melhor o que Paulo estava falando em 1 Coríntios 10. Nesses versos, ele recapitulou algumas experiências centrais do povo de Deus no deserto no caminho para a terra prometida. A expressão “nossos pais” refere-se a seus antepassados judeus que tinham deixado o Egito, que estiveram sob a nuvem, que passaram pelo mar e, assim, foram batizados em uma nova vida de libertação da escravidão.

Paulo considerou esses importantes locais da jornada no deserto como tipo, ou exemplo, de um batismo individual. Seguindo a lógica de Paulo, a referência ao “alimento espiritual” deve se referir ao maná (Êx 16:31-35). Israel tinha bebido da rocha, identificada como Cristo (1Co 10:4). Pense em Jesus como o “pão da vida” (Jo 6:48) e como a “água viva” (Jo 4:10), e tudo fará pleno sentido. Portanto, vemos Paulo usando a história do Antigo Testamento como exemplo para revelar verdades espirituais que podem ser aplicadas aos cristãos hoje.

Quais lições espirituais aprendemos dos “exemplos” bons e ruins que os israelitas deixaram?

Segunda-feira, 06 de setembro

Ano Bíblico: Ez 30-32

Ritual e sacrifícios

O sistema de rituais e sacrifícios encontrado em Levítico apresenta exemplos adicionais do que vimos na lição de ontem – os símbolos do Antigo Testamento apontam para verdades do Novo Testamento. Embora os leitores modernos da Bíblia ignorem esses rituais, eles contêm verdades espirituais importantes e de grande valor para os que estudam os rituais.

2. Leia as instruções sobre a oferta pelo pecado de um israelita comum em Levítico 4:32-35. O que aprendemos com esse ritual, embora não tenhamos um santuário com um altar onde possamos oferecer sacrifícios pelos nossos pecados? Relacione esse ritual com João 1:29 e 1 Pedro 1:18-21.

Um ritual é um excelente comunicador de valores e informações importantes e precisa ser entendido em seu contexto. Geralmente, para ser eficaz, ele requer tempo e local específicos e uma sequência predeterminada de ações. Quando lemos as ordens no Antigo Testamento acerca do sacrifício, fica claro que Deus deu detalhes muito específicos sobre o que poderia ser sacrificado, e quando, onde e que ritual e procedimento deviam ser adotados.

O ponto central de muitos rituais era o sangue – o derramamento e a aspersão do sangue. Essa descrição não é bela, nem deveria ser, pois trata da coisa mais horrenda do universo, que é o pecado.

Qual é a função exata do sangue e por que ele tinha que ser colocado sobre os chifres do altar? Embora a maioria dos rituais associados ao santuário apareçam em formas prescritivas (ou seja, há instruções de como fazê-los), eles nem sempre incluem todas as explicações. Talvez seja porque o povo já entendia o que tudo aquilo significava. Afinal, o povo de Israel compreendia o significado do sangue (Lv 17:11).

Contudo, Levítico 4:32-35 contém uma explicação importante: “Assim, o sacerdote, por essa pessoa, fará expiação do pecado que ela cometeu, e o pecado lhe será perdoado” (Lv 4:35). O sangue era essencial para a expiação, o meio para justificar pecadores diante do Deus Santo. Os sacrifícios são tipos, modelos da morte e do ministério de Cristo por nós.

A maldade do pecado exigiu o sacrifício divino a fim de expiá-lo. Por que devemos confiar na graça, não nas obras? Afinal, o que poderíamos acrescentar ao que Cristo já fez por nós?

Terça-feira, 07 de setembro

Ano Bíblico: Ez 33-35

O “exemplo” de descanso

Além dos exemplos que vimos, a ideia de tipos e símbolos também pode ser aplicada ao conceito bíblico de descanso. Vamos observá-la no livro de Hebreus, no Novo Testamento.

3. Leia Hebreus 4:1-11. A que se refere a promessa remanescente de entrar em Seu descanso? A experiência de Israel no Êxodo e as peregrinações no deserto apresentam uma percepção adicional sobre a ideia de entrar no descanso de Deus?

O tema da perseverança e da fidelidade é importante nesse texto. Embora fale sobre o sétimo dia, o sábado, o foco principal desses versos (e do que vem antes; veja Hb 3:7-19) é o chamado para o povo de Deus perseverar na fé, permanecer fiel ao Senhor e ao evangelho.

Essas passagens lembram o leitor de levar a sério as lições aprendidas com a direção de Deus no passado, “a fim de que ninguém caia, segundo aquele exemplo de desobediência” (Hb 4:11). Devemos dar atenção a essa oportunidade! Israel ouviu o evangelho, mas a palavra não lhes trouxe proveito. Em vez de ter sua fé fortalecida pela confiança e obediência, o povo escolheu a rebelião (Hb 3:7-15) e, portanto, nunca experimentou o descanso que Deus desejava para eles.

Hebreus 4:3 indica a estreita relação entre fé e descanso. Entramos em Seu descanso somente quando confiamos Naquele que prometeu o descanso e que pode cumprir a promessa.

4. Leia Hebreus 4:3. Qual era o principal problema das pessoas as quais o texto se refere? Que lição podemos extrair desse verso para nós, a quem “foram anunciadas as boas-novas, exatamente como aconteceu com eles” (Hb 4:2)?

Os cristãos primitivos tinham aceitado a revelação anterior de Deus (chamada de “Antigo Testamento”) e acreditavam que Jesus era o Cordeiro de Deus, o sacrifício pelos seus pecados. Pela fé no sacrifício, experimentaram a salvação e o descanso que recebemos Nele.

A compreensão do que significa ser salvo pelo sangue de Jesus nos ajuda a entrar no tipo de descanso que temos em Cristo, sabendo que somos salvos pela graça, não pelas obras?

Quarta-feira, 08 de setembro

Ano Bíblico: Ez 36-38

Não endureçam o coração

5. Que advertência é dada em Hebreus 4:4-7 e Salmos 95:8-11? O que isso nos ensina hoje?

Hebreus 4:4-7 cita o relato da criação e o Salmo 95:11 no contexto da infidelidade dos israelitas e do fracasso deles em entrar no descanso que Deus desejava para eles. O Salmo 95:8-11 relaciona a experiência no deserto com o descanso de Deus e inclui o juramento divino de que os infiéis não entrariam no descanso, originalmente associado à terra prometida. Evidentemente, Israel entrou na terra prometida. Uma nova geração cruzou a fronteira e, com a ajuda de Deus, tomou as fortalezas daquela terra e se estabeleceu ali.

Entretanto, eles não entraram no descanso de Deus – o que corresponde à ideia de que muitos não experimentaram a realidade da salvação em Jesus porque sua falta de fé foi manifestada por uma flagrante desobediência. Mesmo que o descanso estivesse associado à terra, ele incluía mais do que apenas o local em que o povo vivia.

6. Hebreus 4:6 sugere que aqueles que tinham ouvido a promessa divina do verdadeiro descanso não entraram nele por causa da desobediência. Qual é a relação entre desobediência e não entrar no descanso de Deus?

“Hoje” expressa urgência. Significa que não há mais tempo a perder. A palavra “hoje” exige uma resposta e decisão agora.

Paulo se apoderou da palavra s?meron, “hoje”, e realmente enfatizou como ela era importante no contexto do descanso. No Salmo 95:7, 8, entretanto, temos uma advertência e um apelo ao povo de Deus para que não repita os erros de seus antepassados, o que os impediria de entrar no descanso encontrado somente na salvação que Deus nos oferece.

O que as palavras “hoje, se ouvirem a Sua voz, não endureçam o coração” devem significar para nós? O que há de tão importante na palavra “hoje”? Afinal, os Salmos a usaram há milhares de anos. No entanto, por que ela ainda deve ser tão importante para nós, hoje, como foi para aqueles que a ouviram há milhares de anos?

 Quinta-feira, 09 de setembro

Ano Bíblico: Ez 39-41

Conquistando uma cidade celestial

O desenvolvimento lógico das principais ideias de Hebreus 4 torna-se evidente em Hebreus 4:8-11. Josué não deu descanso a Israel. Portanto, visto que Deus não é mentiroso, havia outro “descanso” que restava ao povo de Deus. Aquele grupo não era composto exclusivamente de cristãos judeus, mas incluía todos que tinham aceitado Jesus como Salvador pessoal.

7. Leia Gálatas 3:26-29 e observe as características do povo da aliança após a cruz. Não há judeu nem grego, nem escravo nem homem livre, nem homem nem mulher. O que significa isso no contexto em que Paulo escreveu?

Hebreus 4 tem sido usado para enfatizar a observância do sétimo dia, o sábado, enquanto outros o têm usado para contestar a validade desse descanso sabático, à luz do fato de que há outro descanso (do tempo do fim). Nenhuma das posições reflete bem o texto bíblico. Em vez disso, o texto sugere que o enfoque do tempo do fim no descanso especial de Deus está presente desde a criação e que a celebração do descanso sabático oferece uma pequena amostra semanal desse descanso do tempo do fim. Na verdade, para os judeus, o sábado é entendido como um pequeno precursor do ‘olam haba’ (“o mundo vindouro”).

O descanso sabático que permanece para o povo de Deus, ecoando Seu descanso no primeiro sábado da história da Terra, significa que podemos cessar nossas próprias obras e confiar Nele para cumprir Sua promessa de salvação por nós.

Ao contrário dos argumentos de alguns intérpretes, o contexto não apoia a insinuação de que o mandamento do sábado foi cumprido no descanso da salvação trazida por Cristo, tornando desnecessário aos cristãos obedecer-lhe. O descanso supremo prometido mediante o que Cristo fez por nós não substitui o sábado bíblico. Ao contrário, ele o intensifica.

Neste mundo, que valoriza muito as pessoas empreendedoras que vencem por si mesmas e o trabalho árduo, descansar em Jesus e crer que Sua graça é suficiente para nos salvar e nos transformar é algo verdadeiramente contracultural.

Como você pode ajudar outras pessoas a encontrar descanso em Jesus, se elas pensam que seus pecados foram graves demais, que seu coração não pode ser mudado e que o caso delas é realmente sem esperança? Quais referências bíblicas você compartilharia com elas?

Sexta-feira, 10 de setembro

Ano Bíblico: Ez 42-44

Estudo adicional

“Nem sempre estamos dispostos a ir a Jesus com nossas provações e dificuldades. Às vezes derramamos angústias em ouvidos humanos, contamos aflições àqueles que não podem nos ajudar e deixamos de confiar tudo a Jesus, que é capaz de transformar caminhos dolorosos em caminhos de alegria e paz. A abnegação concede glória e vitória à cruz. As promessas de Deus são muito preciosas. Devemos estudar Sua palavra se quisermos conhecer Sua vontade. As palavras de inspiração, cuidadosamente estudadas e obedecidas na prática, conduzirão nossos pés por um caminho plano, onde podemos caminhar sem tropeçar. Ah, se todos, ministros e povo, levassem seus fardos e perplexidades a Jesus, que está esperando para recebê-los e para dar-lhes paz e descanso! Ele jamais abandonará aqueles que depositam sua confiança Nele” (Ellen G. White, The Signs of the Times, 17 de março de 1887, p. 161). “Podem vocês, caros jovens, aguardar com alegre esperança e expectativa o tempo em que o Senhor, justo Juiz, confessará o nome de vocês perante o Pai e os santos anjos? O melhor preparo que poderão fazer para o segundo aparecimento de Cristo é descansar com firme fé na grande salvação trazida em Sua primeira vinda. Vocês devem crer em Cristo como Salvador pessoal” (Ellen G. White, Nossa Alta Vocação, p. 368).

Perguntas para consideração

1. Por que o sábado prefigura e dá uma amostra do descanso celestial de Deus para Seu povo?

2. A expiação é reconciliação e indica o caminho de volta a Deus. Leia Romanos 5:11. Se alguém lhe perguntasse: “O que significa ser reconciliado com Deus, e que diferença essa reconciliação fez em sua vida”, o que você responderia?

3. Como evitar ser especialista em coisas secundárias? Como manter a perspectiva bíblica?

4. Reflita sobre os erros e a falta de fé dos filhos de Israel no deserto. Embora seus desafios fossem diferentes dos nossos, quais princípios comuns existem? Podemos ser confrontados com os mesmos desafios que eles tiveram? Como podemos aprender com os erros deles?

Respostas e atividades da semana:

1. Ele os alertou de que não deviam seguir o exemplo de incredulidade e apostasia de Israel. 2. Cristo é nosso Cordeiro sem mácula. O ritual descrito em Levítico 4 se cumpre perfeitamente na Pessoa e no sacrifício de Cristo. 3. À promessa de entrar na Canaã celestial. Paulo nos exorta à obediência e perseverança na fé em Cristo, para que não aconteça conosco o que ocorreu com o Israel da antiguidade. 4. Embora tivessem ouvido as boas-novas, não se uniram à fé. Esse era o principal problema deles. Devemos perseverar em nossa crença. 5. Não devemos nos desviar, desobedecer nem endurecer o coração. 6. Quando desobedecemos ao Senhor não conseguimos descansar Nele; vivemos em angústia. 7. Não há mais distinção entre os seres humanos. Somos iguais em Cristo. Todos os que creem Nele são o novo Israel espiritual.