Lição 6

31 de julho a 06 de agosto

Encontrando descanso nos laços familiares

Sábado à tarde

Ano Bíblico: Is 30-33

VERSO PARA MEMORIZAR: “Portanto, vocês, meus amados, visto que já sabem disso, tenham cuidado para que não sejam arrastados pelo erro desses insubordinados e caiam da posição segura em que se encontram. Pelo contrário, cresçam na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” (2Pe 3:17, 18).

LEITURAS DA SEMANA: Gn 34; Hb 11:17-22; Dt 4:29; 1Jo 3:1, 2; Gn 39; Ef 6:1-13

O jovem examinava o horizonte. Então, os avistou. Ele estava procurando seus irmãos havia vários dias. Ao se aproximar, acenando e chamando o grupo de carrancudos, obteve tudo, menos uma recepção calorosa. Seus próprios irmãos queriam matá-lo! Se não fosse por Rúben, possivelmente não teria havido história para contar. Rúben convenceu o restante dos irmãos a apenas maltratá-lo um pouco e jogá-lo em um poço seco. Mais tarde, Judá tramou um esquema para se livrar do irmão e ganhar dinheiro, vendendo-o a alguns traficantes de escravos que passavam por ali.

Que exemplo de disfunção familiar!

Podemos escolher muitas coisas na vida, mas não nossa família. Ninguém é perfeito. Nenhuma família tem relacionamentos perfeitos. Alguns são abençoados por terem familiares que refletem o amor de Deus, mas muitos têm que se contentar com menos do que o ideal. Os relacionamentos costumam ser complicados e dolorosos, deixando-nos inquietos, magoados e com um peso emocional que, consequentemente, descarregamos sobre os outros.

Como encontrar descanso nessa área da vida? Na história de José e seus laços familiares veremos que Deus traz cura e descanso emocional, apesar dos relacionamentos disfuncionais.


Domingo, 01 de agosto

Ano Bíblico: Is 34-37

Disfunção no lar

José fazia parte de uma família disfuncional. Era bisneto de Abraão e Sara. Quando Sara percebeu que era estéril, ela convenceu Abraão a procurar Agar, sua serva. Quando Agar ficou grávida, a rivalidade começou. Ao crescerem nessa atmosfera, Ismael e Isaque levaram a tensão para a família. Isaque fez questão de favorecer Esaú, e Jacó passou a vida tentando ganhar o amor e o respeito de seu pai. Depois, Jacó foi enganado, casando-se com duas irmãs que competiam entre si para procriar, até mesmo recrutando suas criadas para gerar filhos.

1. Reveja o incidente detalhado em Gênesis 34. Que impacto emocional e relacional esse incidente teria causado na família como um todo e também em José?

A rivalidade entre as mães se espalhou para os filhos, que cresceram prontos para brigar. No início da fase adulta, os irmãos mais velhos de José massacraram os homens da cidade de Siquém. O irmão mais velho, Rúben, afrontou seu idoso pai ao dormir com Bila, a serva de Raquel e mãe de vários filhos de Jacó (Gn 35:22). Judá, outro irmão de José, confundiu sua nora viúva com uma prostituta e acabou tendo gêmeos com ela (Gn 38).

Jacó piorou a tensão familiar por seu favoritismo para com José, ao lhe dar uma custosa túnica colorida (Gn 37:3). Essa realmente foi uma família disfuncional!

2. Por que Abraão, Isaque e Jacó foram listados como heróis da fé em Hebreus 11:17-22, considerando seus complicados relacionamentos familiares?

Os heróis da fé muitas vezes ficaram aquém de suas próprias expectativas e das expectativas de Deus. Esses homens não estão listados em Hebreus 11 por causa de seus relacionamentos familiares complicados, mas apesar deles. Eles aprenderam – geralmente da maneira mais difícil – sobre fé, amor e confiança em Deus enquanto lutavam com esses problemas familiares.

Você herdou alguma disfunção familiar? Sua entrega ao Senhor e à Sua vontade pode quebrar esse padrão e produzir um milagre em sua vida?


Segunda-feira, 02 de agosto

Ano Bíblico: Is 38-40

Escolhendo uma nova direção

José levou consigo a dor, os relacionamentos complicados e a ansiedade ao viajar para o Egito, para onde foi vendido. A viagem não foi tranquila, e ao longo do trajeto era difícil conter as lágrimas. “José estava a caminho do Egito, levado pelos donos da caravana que o haviam comprado. Tendo a caravana se dirigido ao sul, em direção às fronteiras de Canaã, o jovem conseguiu ver à distância as colinas entre as quais estavam as tendas de seu pai. Chorou amargamente ao pensar naquele pai amoroso, em sua solidão e aflição. Novamente se lembrou do que havia acontecido em Dotã. Viu seus irmãos irados e sentiu os olhares furiosos que lhe dirigiram. Ainda soavam em seus ouvidos as palavras dolorosas e os insultos dirigidos a ele diante de suas súplicas desesperadas. Com o coração tremente, olhou para o futuro. Que mudança! De filho querido e amado a escravo desprezado e desamparado! Sozinho e sem amigos, qual seria seu destino naquela terra estranha para onde estava indo? Por algum tempo, José se entregou a uma tristeza e terror incontroláveis. [...]”

“Então seus pensamentos se voltaram para o Deus de seu pai. Na infância foi ensinado a amá-Lo e reverenciá-Lo. Muitas vezes, na tenda do pai, tinha ouvido a história da visão de Jacó quando saiu de sua casa como exilado e fugitivo [...]. Entregou-se completamente ao Senhor ali mesmo e orou para que o Guarda de Israel estivesse com ele em seu exílio” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 213, 214, ênfase acrescentada).

Algumas culturas enfatizam a função da comunidade acima da do indivíduo, enquanto outras destacam a função do indivíduo. Embora encontremos equilíbrio entre essas duas funções nas Escrituras, há um chamado ao compromisso pessoal e coletivo com Deus. José encontrou descanso em seus relacionamentos ao tomar a decisão pessoal de seguir a Deus.

3. O que a Bíblia ensina sobre o compromisso pessoal? Dt 4:29; Js 24:15; 1Cr 16:11; Sl 14:2; Pv 8:10; Is 55:6

A fim de encontrar descanso, devemos tomar a decisão de seguir a Deus. Mesmo que nossos pais tenham sido gigantes espirituais, sua fé não é transmitida geneticamente. Lembre-se: Deus tem somente filhos, não netos.

É importante assumir a cada dia o compromisso com Deus? O que ocorre se não fazemos isso?


Terça-feira, 03 de agosto

Ano Bíblico: Is 41-44

Encontrando o verdadeiro valor próprio

Se José tinha nutrido esperanças de escapar e voltar para casa, elas foram frustradas na chegada ao Egito, onde ele foi revendido para uma família importante. Gênesis 39:1 declara que “Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda, egípcio, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá”. Ele foi introduzido em uma nova língua e cultura estrangeira. Nossa família e relacionamentos são essenciais para nossa autoestima. José cresceu acreditando que era especial – o filho mais velho da esposa mais amada (Gn 29:18). Ele era o favorito do pai e o único que tinha uma bela túnica colorida (Gn 37:3, 4).

Mas quem era ele naquele momento? Um escravo que poderia ser comprado ou vendido à vontade. Observe como sua situação mudou. A vida parecia ter se voltado contra ele.

José aprendeu a lição que todos temos que aprender. Se dependermos de outras pessoas para nos dizer o nosso valor, enfrentaremos uma difícil jornada e ficaremos terrivelmente confusos, porque nem todo mundo vai apreciar quem somos ou nossa maneira de ser. Em vez disso, precisamos encontrar nosso valor próprio no que Deus pensa de nós – como Ele nos vê – e não nas funções que desempenhamos atualmente.

4. Como Deus vê cada um de nós? Is 43:1; Ml 3:17; Jo 1:2; Jo 15:15; Rm 8:14; 1Jo 3:1, 2

Deus vê cada um de nós com olhos de graça. Ele vê potencial, beleza e talento que nem podemos imaginar. No fim das contas, Ele estava preparado para morrer por nós para que pudéssemos ter a oportunidade de nos tornar tudo o que fomos criados para ser. Embora nos mostre nossa pecaminosidade e o grande preço da nossa redenção, a cruz também nos mostra nosso imenso valor para Deus. Independentemente do que os outros pensam de nós ou mesmo do que pensamos de nós mesmos, Deus nos ama e busca nos redimir não apenas do poder do pecado hoje, mas da morte eterna que o pecado acarreta.

Portanto, a pergunta essencial é sempre a mesma: como reagimos à realidade do amor de Deus, conforme revelado em Jesus Cristo?


Muitos grupos e indivíduos afirmam que devemos nos amar como somos e nos aceitar indiscriminadamente. Por que isso é um autoengano? Por que é importante que nosso valor venha de fora de nós mesmos e Daquele que nos criou e conhece nosso verdadeiro potencial?


Quarta-feira, 04 de agosto

Ano Bíblico: Is 45-48

Relacionamentos aprovados por Deus

Inicialmente, a história de José no Egito dá uma guinada positiva. Ele tinha se entregado a Deus e o Senhor abençoou José, que ascendeu a alturas inimagináveis na casa de Potifar.

5. Na prática, de que modo as bênçãos de Deus podiam ser vistas na vida de José? Como eram suas relações interpessoais? Gn 39:1-6

Parecia que José estava se dando bem com Potifar, e seu relacionamento com os servos era tranquilo, mas a confusão estava se formando. Uma pessoa da casa estava inquieta.

6. Qual problema José enfrentou? Como ele escolheu administrá-lo? Gn 39:7-10

José teve um problema com a esposa de Potifar. Talvez devêssemos reformular: a esposa de Potifar tinha um problema. Ela via os outros como “coisas” que podiam ser manipuladas e usadas. Ela queria “usar” José, alguém que tinha “um belo porte e boa aparência” (Gn 39:6). A Bíblia raramente menciona as características físicas das pessoas, “porque o Senhor não vê como o ser humano vê. O ser humano vê o exterior, porém o Senhor vê o coração” (1Sm 16:7). Nesse caso, a boa aparência de José parece ter sido mais um obstáculo do que um auxílio em sua busca pela pureza e fidelidade aos princípios de Deus.

Apesar da insistência da mulher, José fez algo aparentemente contraproducente. Ele aplicou os princípios bíblicos ao problema com a esposa de Potifar. Os preceitos divinos não são antiquados, como pode atestar qualquer pessoa que sofreu as consequências do pecado.

A narrativa bíblica indica que aquela não foi uma tentação isolada. A esposa de Potifar o perseguia repetidamente (Gn 39:10). José tentou explicar sua motivação para sua decisão (Gn 39:8, 9), mas pareceu não funcionar.

José não podia controlar as escolhas dos outros, mas honrou a Deus na sua maneira de tratar as pessoas. Ele aprendeu a andar com o Senhor. Isso o ajudou a resistir à tentação.

Você já aplicou os princípios bíblicos aos seus relacionamentos, mesmo quando as outras pessoas não estavam “jogando limpo”? Deu certo? (Mt 5:43-48). É importante viver assim?


Quinta-feira, 05 de agosto

Ano Bíblico: Is 49-51

O grande conflito, próximo e pessoal

José sofreu por causa de sua decisão fundamentada em princípios (Gn 39:11-20) e foi preso. Como propriedade de Potifar, José poderia ter sido morto. Potifar evidentemente não acreditou em sua esposa, mas tomou uma atitude para proteger sua reputação. Apesar das circunstâncias horríveis, as Escrituras dizem: “O Senhor, porém, estava com José” (Gn 39:21). A vida na Terra não é justa. O bem nem sempre é recompensado, e o mal nem sempre é punido. Mas há uma boa notícia: José encontrou descanso, mesmo na prisão, porque Deus estava com ele. José não se concentrou na injustiça da situação, não se retraiu nem desistiu de Deus.

7. O que José fez na prisão? Como ele se relacionou com as pessoas? Gn 39:21– 40:22

Na prisão, José trabalhou com a realidade, não com o ideal. Fez contatos e ajudou os outros, embora a situação ali estivesse longe do ideal. Além disso, José não deixou de pedir ajuda e se tornar vulnerável. Ele pediu ajuda do copeiro, de quem tinha interpretado o sonho.

8. Qual é a perspectiva geral dos relacionamentos apresentada por Paulo? Ef 6:1-13

Nossos relacionamentos são reflexos em miniatura do grande conflito entre Deus e Satanás, que tem assolado o mundo ao longo dos tempos. Isso significa que não existem relacionamentos perfeitos e que as relações humanas devem ter uma dinâmica de desenvolvimento. Satanás tem interesse em usar nossos vínculos sociais – especialmente os mais próximos de nós – em seu proveito, a fim de nos ferir e frustrar a vontade de Deus para nossa vida. Podemos ser gratos porque não fomos deixados sozinhos para lutar essas batalhas. A Palavra de Deus estabelece princípios para nossa convivência. Sua promessa de nos dar sabedoria (Tg 1:5) se estende aos relacionamentos. Como Ele esteve com José, promete estar conosco quando enfrentarmos dificuldades nas nossas relações sociais.

Pense na promessa de Deus em Tiago 1:5 e reserve um momento para pedir por sabedoria em seus relacionamentos. Como você pode se abrir à influência do Espírito Santo ao se relacionar com as pessoas?


Sexta-feira, 06 de agosto

Ano Bíblico: Is 52-55

Estudo adicional

“Eis um exemplo a todas as gerações que vivem na Terra [...]. Deus será um auxílio presente e Seu Espírito, um escudo. Embora cercados pelas mais severas tentações, existe uma fonte de força à qual podemos recorrer e por meio da qual podemos resistir a essas tentações. Quão feroz foi o ataque à moralidade de José! Esse ataque veio de alguém influente, do tipo que provavelmente poderia extraviá-lo. No entanto, com que rapidez e firmeza foi resistido [...]. José havia colocado sua reputação e interesses nas mãos de Deus. E embora ele tivesse sofrido aflição por um tempo, a fim de que fosse preparado para ocupar uma posição importante, Deus guardou com segurança aquela reputação que tinha sido manchada por uma perversa acusadora. Depois, no momento certo, Ele fez com que José resplandecesse. Deus fez até mesmo da prisão o caminho para a exaltação de José. A virtude, com o tempo, trará sua recompensa. O escudo que cobria o coração de José era o temor de Deus, que o fazia ser fiel e justo ao seu senhor, e fiel a Deus. José desprezou a ingratidão que poderia levá-lo a abusar da confiança de seu senhor, embora seu senhor talvez jamais soubesse disso” (Ellen G. White, The Spirit of Prophecy, v. 1, p. 132).

Perguntas para consideração 1. Ser cristão nominal não nos trará descanso em nossos relacionamentos. Quais são as diferenças entre adventistas guiados pela cultura e os verdadeiros crentes?

2. Imagine uma irmã recém-batizada na igreja cujo marido não gosta das mudanças que vê nela. Com base na Bíblia, qual seria seu conselho para essa irmã?

3. Leon Tolstói escreveu: “Todas as famílias felizes são iguais; cada família infeliz é infeliz à sua maneira”. Como podemos seguir os princípios do amor, do perdão, de levar as cargas uns dos outros, para trazer cura aos nossos relacionamentos?

4. Diante das tragédias, por que a fé e as promessas de Deus são cruciais? É importante estar preparado para os tempos ruins, especialmente quando vivemos bons momentos?

Respostas e atividades da semana: 1. O incidente trouxe um conflito entre Jacó e os seus filhos. José deve ter sido abalado pela situação. 2. Comente com a classe. 3. Precisamos tomar a decisão de servir a Deus, como Josué fez. 4. Como Seus filhos. 5. Deus o abençoou na casa de Potifar, que tornou José encarregado de tudo na casa. 6. Ele foi assediado pela mulher de Potifar, mas foi fiel a Deus e ao seu senhor. 7. Tornou-se responsável por todos os presos, pois o carcereiro confiou nele. José tratava todos com respeito, auxiliando-os quando precisavam de algo. 8. Deve haver respeito, honra, mansidão e sinceridade.