Lição 7

07 a 13 de agosto

Descanso, relacionamentos e cura

Sábado à tarde

Ano Bíblico: Is 56-58

VERSO PARA MEMORIZAR: “Agora, pois, não fiquem tristes nem irritados contra vocês mesmos por terem me vendido para cá, porque foi para a preservação da vida que Deus me enviou adiante de vocês” (Gn 45:5).

LEITURAS DA SEMANA: Gn 42:7-20; Mt 25:41-46; Gn 42:21-24; Gn 45:1-15; Lc 23:34; Gn 50:15-21

Um homem havia sido acusado de agressão sexual contra uma mulher. Ela o havia identificado em um reconhecimento criminal promovido pela polícia. Embora as evidências fossem questionáveis, a mulher estava inflexível em declarar que “João” era a parte culpada.João foi para a prisão, onde sofreu por 14 anos por um crime que não tinha cometido. Somente quando a evidência de DNA o inocentou, a mulher percebeu seu erro.

Ela quis conhecer João após ele ter sido libertado. Qual seria a atitude daquele homem diante da mulher que tinha arruinado sua vida por tantos anos?

Ela estava em uma sala, esperando-o entrar. Quando ele entrou, e os dois se olharam, Joana, a mulher acusadora, começou a chorar.

“João apenas se abaixou e pegou minhas mãos, olhou para mim e disse: ‘Eu perdoo você’. Eu não podia acreditar. Ali estava o homem a quem eu tinha odiado e para quem eu havia desejado a morte. Contudo, ele disse que me perdoava; perdoava a mim que o tinha prejudicado! Só então entendi a graça. Só então comecei a ser curada e a ter descanso.”

Nesta semana, estudaremos o perdão e o que ele faz pelo inquieto coração humano.


Domingo, 08 de agosto

Ano Bíblico: Is 59-62

Enfrentando o passado

Finalmente as coisas seguiram na direção certa para José, e em grande escala! Ele não apenas saiu da prisão, mas foi nomeado primeiro-ministro do Egito após ter interpretado os sonhos do Faraó (Gn 41). José se casou e teve dois filhos (Gn 41:50-52). Os depósitos do Egito estavam cheios, e a fome prevista havia começado. Então, os irmãos de José apareceram no Egito.

1. Leia sobre o primeiro encontro entre José e seus irmãos em Gênesis 42:7- 20. Por que a elaborada trama? O que José estava tentando fazer com aquele primeiro encontro?

José poderia ter se vingado de seus irmãos sem ter que se justificar. Mas, em vez de vingança, ele estava interessado nos membros da família. José estava preocupado com seu pai. Jacó ainda estaria vivo ou aquela família disfuncional teria perdido o patriarca? E seu irmão Benjamim? Como deleite e alegria do pai, Benjamim estava agora na mesma posição em que José estivera. Teriam os irmãos transferido seu ciúme perigoso para Benjamim? José agora podia cuidar das pessoas vulneráveis em sua família, e ele fez exatamente isso.

Praticar os princípios bíblicos nos relacionamentos não significa que devamos aceitar o abuso. Todos são preciosos aos olhos de Deus. Na cruz, Jesus pagou o preço por todos nós.

2. Por que Jesus considerou de modo tão pessoal o abuso ou a negligência em relação aos outros? Mateus 25:41-46

Todos fomos comprados pelo sangue de Cristo, e legalmente somos todos Dele. Qualquer pessoa que seja abusiva está atacando a propriedade de Jesus.

O abuso sexual e a violência emocional ou física nunca devem fazer parte da dinâmica familiar. Não se trata somente de assuntos familiares privados a ser resolvidos internamente. São necessárias ajuda e intervenção externas. Se alguém de sua família estiver sofrendo abuso, peça ajuda a uma pessoa de confiança ou a alguma autoridade policial.

Quais princípios bíblicos você precisa aplicar aos relacionamentos familiares difíceis?


Segunda-feira, 09 de agosto

Ano Bíblico: Is 63-66

Preparando o terreno

José tinha perdoado seus irmãos. Não sabemos quando isso aconteceu, mas foi antes que eles aparecessem no Egito. José provavelmente nunca teria prosperado no Egito se não os tivesse perdoado, pois, possivelmente, a ira e a amargura teriam consumido seu coração e prejudicado sua relação com o Senhor. Estudos a respeito de sobreviventes de tragédias infligidas a eles por outras pessoas destacam que, para as vítimas dos sofrimentos, o perdão foi essencial na cura e reconstrução da vida. Sem o perdão, continuamos vítimas. O perdão tem mais a ver conosco do que com a pessoa que nos prejudicou.

Embora José tivesse perdoado seus irmãos, ele não estava disposto a permitir que os relacionamentos familiares fossem retomados a partir de onde ele os tinha deixado; isto é, no poço seco em Dotã. Ele tinha que ver se algo havia mudado.

3. O que José ouviu de seus irmãos? O que ele descobriu sobre eles? Leia Gênesis 42:21-24.

A comunicação ocorria por meio de um intérprete e, portanto, os irmãos de José não sabiam que ele podia entendê-los. José ouviu a confissão de seus irmãos. Eles tinham pensado que, ao se livrarem de José, estariam livres dos relatórios que este dava ao pai. Pensaram que não teriam que aturar os sonhos dele nem vê-lo se regozijar na função de favorito do pai. Mas, em vez de encontrarem descanso, haviam sido atormentados pela consciência culpada durante todos aqueles anos. Suas próprias más ações os tinham levado à inquietação e a um medo paralisante da vingança de Deus. José sentiu pena pelo sofrimento deles. Ele chorou por seus irmãos.

José sabia que a fome ainda duraria vários anos, então insistiu que eles trouxessem Benjamim de volta com eles na próxima vez que viessem comprar mantimentos (Gn 42:20). Além disso, ele também manteve Simeão como refém (Gn 42:24).

Ao perceber que Benjamim ainda vivia, ele organizou um banquete, em que mostrou favoritismo para com Benjamim (Gn 43:34) para ver se o antigo ciúme ainda existia. Os irmãos não demonstraram ciúme, mas José conhecia a astúcia deles, pois tinham enganado uma cidade inteira (Gn 34:13), e imaginava que tinham mentido para o pai a respeito de seu destino (Gn 37:31-34). Por isso, José planejou mais uma importante prova (Gn 44).

 O que José sentiu a respeito do perdão dado aos irmãos, e o que isso nos ensina? (Gn 45:1-15).


Terça-feira, 10 de agosto

Ano Bíblico: Jr 1-3

Perdoar e esquecer?

Perdão é a disposição de abandonar o direito ao ressentimento, condenação e vingança em relação a um ofensor ou a um grupo que age injustamente. A Dra. Marilyn Armour, terapeuta familiar que trabalhou com sobreviventes do Holocausto a fim de descobrir o que esses sobreviventes fizeram para dar sentido ao que lhes tinha acontecido, escreveu: “Toda a ideia de perdão é um ato intencional da vítima. Não é algo que simplesmente acontece”. Perdão não significa ausência de consequências nem deixar o agressor continuar com os comportamentos abusivos, mas significa entregar a Deus o ressentimento e o desejo de vingança. Do contrário, ira, amargura, ressentimento e ódio tornarão pior o que a pessoa nos fez.

4. O que nosso ato de perdoar os outros realiza por nós? Considere Mateus 18:21-35. Assinale a alternativa correta: A. ( ) Ao perdoarmos os outros, recebemos o perdão de Deus. B. ( ) O perdão de Deus é suficiente. Não precisamos perdoar os outros.

Um dos segredos para aprender a perdoar é entender do que fomos perdoados em Cristo. Todos pecamos, não apenas contra outras pessoas, mas também contra Deus.

Todo pecado é, de fato, cometido contra o Criador. No entanto, em Jesus, podemos reivindicar o perdão completo por todos os pecados, mesmo sem merecermos, por causa da graça de Deus para conosco. Uma vez que compreendemos essa verdade, uma vez que fazemos desse perdão o nosso, uma vez que experimentamos a realidade do perdão de Deus, abandonamos a mágoa e perdoamos os outros. Não perdoamos porque os outros mereçam, mas porque é o que recebemos de Deus e o que precisamos fazer. Além disso, quantas vezes merecemos o perdão?

Como vimos, José também ofereceu uma segunda chance às relações familiares. Não havia ressentimentos ali; ele não se voltou às coisas que tinham acontecido no passado.

É difícil recomeçar em uma família em que as pessoas se especializam em descobrir a melhor maneira de ferir os outros. José não reagiu assim. Ele queria deixar o passado para trás e seguir com amor. Se ele tivesse agido de modo diferente, essa história teria tido outro final, não tão feliz assim.

“Bem-aventurados aqueles cujas transgressões são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado aquele a quem o Senhor jamais atribuir pecado” (Rm 4:7, 8). O que recebemos de Jesus? Isso impacta nosso relacionamento com os que nos feriram?


Quarta-feira, 11 de agosto

Ano Bíblico: Jr 4-6

Tornando prático

A fim de perdoar, devemos admitir que estamos feridos. Isso é difícil de fazer, pois temos a tendência de tentar esconder nossos sentimentos em vez de trabalhá-los. Faz bem reconhecer diante de Deus emoções não cristãs como ressentimento e ira. Vemos isso frequentemente nos Salmos. Podemos nos sentir livres para dizer a Deus que não gostamos do que aconteceu nem de como fomos tratados e que isso nos entristece ou irrita, ou ambas as coisas. José chorou ao ver seus irmãos novamente e reviver alguns sentimentos de seu passado.

5. O que a declaração de Jesus na cruz revela sobre o momento certo para perdoar? Lc 23:34

Jesus não esperou que pedíssemos perdão primeiro. Não temos que esperar nosso ofensor pedir perdão. Podemos perdoá-lo sem que ele aceite nosso perdão.

6. Como agir com aqueles que nos magoam? Lc 6:28; Mt 5:44

O perdão, como o amor, começa com uma escolha e não com um sentimento. Escolhemos perdoar, mesmo que nossas emoções não concordem com essa decisão. Deus sabe que em nossa própria força essa escolha é impossível, mas “para Deus tudo é possível” (Mc 10:27). Por isso, devemos orar por aqueles que nos feriram. Em alguns casos, eles podem já ter morrido, mas ainda podemos orar a Deus para que Ele nos dê capacidade de perdoá-los.

Evidentemente, nem sempre é fácil perdoar. A dor e os danos sofridos podem ser devastadores, deixando-nos feridos, paralisados, destruídos. A cura virá, se permitirmos, mas apegar-se à amargura, à ira e ao ressentimento tornará a cura muito mais difícil, se é que é possível.

A cruz é o melhor exemplo de quanto custou ao próprio Deus nos perdoar. Se o Senhor pôde passar por isso por nós, mesmo sabendo que muitos O rejeitariam, então certamente também podemos aprender a perdoar.

Quem você precisa perdoar, por causa dessa pessoa e por você mesmo?


Quinta-feira, 12 de agosto

Ano Bíblico: Jr 7-9

Descanso após o perdão

A família de José finalmente havia chegado ao Egito. Não havia mais segredos sombrios na família. Os irmãos dele devem ter admitido que tinham vendido José quando explicaram ao pai que o filho que ele pensava ter sido morto era então o primeiro-ministro do Egito. Embora nem sempre seja possível ou sábio restaurar relacionamentos, isso não significa que não possamos perdoar. É difícil abraçar o ofensor e chorar com ele, mas talvez desejemos expressar perdão verbalmente ou por uma carta. Chega a hora de abandonar a dor o máximo que pudermos. Talvez permaneça certa dor, mas pelo menos estaremos no caminho da cura.

7. Leia Gênesis 50:15-21. Qual era a preocupação dos irmãos de José, e por quê? O que esse medo revelava sobre eles mesmos?

Os irmãos de José estavam morando no Egito havia dezessete anos (Gn 47:28), mas, quando Jacó morreu, eles ficaram com medo de que José se vingasse. Perceberam novamente quanto haviam ferido José. No entanto, José reafirmou seu perdão a eles após a morte do pai. Esse lembrete provavelmente foi bom para José, assim como para seus irmãos.

Se a ferida for profunda, provavelmente tenhamos que perdoar muitas vezes. Quando as lembranças do erro vierem à mente, precisamos orar a Deus e escolher perdoar outra vez.

8. Como Gênesis 50:20 explica, pelo menos parcialmente, a disposição de José de perdoar o pecado de seus irmãos contra ele?

José acreditava firmemente que sua vida era parte do plano de Deus para ajudar a salvar da fome o mundo daquela época e, posteriormente, ajudar sua família a cumprir a promessa de Deus de se tornar uma grande nação. Saber que Deus havia prevalecido sobre os planos malignos de seus irmãos a fim de realizar o bem ajudou José a perdoar.

A história de José teve um final feliz. Porém, quando o final de uma história não é tão feliz, o que podemos dizer? Com o fim do pecado e do grande conflito, quando os problemas forem resolvidos, essa história terá um final feliz? Essa esperança nos ajuda a lidar com tragédias?


Sexta-feira, 13 de agosto

Ano Bíblico: Jr 10-13

Estudo adicional

“Assim como José foi vendido aos gentios por seus próprios irmãos, Cristo foi vendido aos piores de Seus inimigos por um de Seus discípulos. José foi acusado falsamente e lançado na prisão por causa de sua virtude; assim também Cristo foi desprezado e rejeitado porque Sua vida justa e abnegada era uma repreensão ao pecado; e, embora não tivesse nenhuma culpa, foi condenado pelo depoimento de testemunhas falsas. A paciência e humildade de José sob a injustiça e a opressão, sua disposição em perdoar e a nobreza de sua generosidade para com seus irmãos desnaturados representam o resignado sofrimento do Salvador, pela maldade e maus-tratos de homens ímpios, e Seu perdão não somente aos Seus assassinos, mas a todos os que vão a Ele confessando seus pecados” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 239, 240). “Nada pode justificar o espírito irreconciliável. Aquele que não é misericordioso para com os outros mostra não ser participante da graça perdoadora do Senhor Deus. No perdão de Deus, o coração do perdido é atraído ao grande coração do Infinito Amor. A torrente da compaixão divina se derrama no espírito do pecador e, dele, no de outros. A benignidade e misericórdia que em Sua própria vida preciosa Cristo revelou serão vistas também naqueles que se tornam participantes de Sua graça” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 251).

Perguntas para consideração

1. Alguém disse certa vez: “Não perdoar é como beber um veneno esperando que a outra pessoa morra”. O que significa essa afirmação? 2. Qual foi o propósito dos planos de José antes de ele se revelar aos irmãos? Qual foi o resultado? 3. O mordomo de José deve ter participado dos planos em relação aos irmãos de José (Gn 44:1-12). Como a experiência do perdão impacta aqueles que são apenas observadores? 4. “Deus nunca dirige Seus filhos de maneira diferente daquela pela qual eles mesmos prefeririam ser guiados, se pudessem ver o fim desde o início e perceber a glória do plano que estão realizando como Seus colaboradores” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 224, 225). Essa verdade nos ajuda a superar as provações e lutas da vida?

Respostas e atividades da semana: 1. Tentando saber notícias de seu pai e sondar o que havia no coração dos irmãos. 2. Porque abusos e negligências cometidos contra pessoas atingem também o Senhor. 3. Os irmãos admitiram sua culpa por terem maltratado José. Acharam que estivessem sendo punidos por aquele pecado. 4. A. 5. Não devemos esperar que o ofensor peça perdão para que o perdoemos. Jesus perdoou Seus agressores sem que eles pedissem perdão. 6. Devemos orar por aqueles que nos maltratam. 7. Tiveram medo de que, com a morte de Jacó, José se vingasse deles, pois eles ainda não se sentiam perdoados por José nem por Deus. 8. José percebeu que o mal feito a ele havia se tornado em bênção. Deus transformou a dor em algo bom.