Lição 8

14 a 20 de agosto

Livres para descansar


Sábado à tarde

Ano Bíblico: Jr 14-16

VERSO PARA MEMORIZAR: “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Sl 27:1).

LEITURAS DA SEMANA: Mc 2:1-12; 1Rs 18; 1Rs 19:1-8; Mt 5:1-3; Is 53:4-6; 2Rs 2:11

Muitas pessoas com quem Jesus Se deparou em Seu ministério terrestre estavam doentes, às vezes com doenças mortais. Elas se amontoavam onde Ele estava em busca de cura e descanso de seus sofrimentos. E era o que sempre recebiam. Às vezes, Ele falava apenas uma palavra, e elas eram recuperadas. Ele tocava os enfermos e, milagrosamente, eles eram curados. Em outras ocasiões, Cristo os despedia, e a cura acontecia enquanto eles iam pelo caminho. Jesus curou homens, mulheres, crianças, judeus, gentios, ricos e pobres. Casos de lepra e cegueira não estavam fora de Seu alcance. Ele até curou aqueles com o pior problema – a morte.

Nesta semana, examinaremos dois exemplos muito diferentes de cura. No primeiro, o doente nem mesmo podia ir a Jesus sozinho. Seus sintomas eram visíveis. No outro caso, não havia sintomas evidentes. Em ambos os casos, a cura veio no tempo e na maneira de Deus.

À medida que exploramos o assunto do descanso da dor e do sofrimento, contemplaremos uma questão que vivenciamos em algum momento da vida. O que acontece quando nossas orações pela cura não são atendidas?

Como podemos encontrar descanso?


Domingo, 15 de agosto

Ano Bíblico: Jr 17-19

Descanso que cura

Se há um momento em que precisamos descansar, é quando estamos doentes. Precisamos de descanso físico para que o corpo recupere o sistema imunológico. Frequentemente precisamos também de descanso mental. Às vezes, a situação não envolve risco de morte, como um resfriado ou uma enxaqueca. Ficamos deitados e tentamos não pensar em tudo o que deveríamos fazer, mas simplesmente não conseguimos.

Às vezes, quando é algo potencialmente mortal, ficamos acordados e nos preocupamos com os resultados dos exames médicos. Muitas vezes, perguntamos por quê. Será que aquele estilo de vida pouco saudável finalmente nos afetou? Foram as drogas que usamos há 20 anos? Talvez o sobrepeso que levamos nos últimos anos? Estaria Deus nos punindo por aquele pecado secreto que ninguém mais conhece?

1. O que aconteceu no episódio relatado em Marcos 2:1-4? Assinale a alternativa correta:

A. ( ) Jesus expulsou o leproso da casa para evitar contaminação.

B. ( ) Levaram um paralítico a Jesus por um buraco no telhado.

No livro O Desejado de Todas as Nações (p. 267-271), obtemos o contexto da história. O paralítico havia feito coisas das quais não se orgulhava. Sua vida pecaminosa tinha causado a doença, e os “especialistas espirituais” traçavam uma linha direta entre causa e efeito. Aquele homem havia trazido a doença sobre si por causa de seus pecados, e não havia cura para ele.

Essa atitude é típica. Muitas vezes parecemos obcecados com o responsável pelo ato. Se algum crime é cometido, alguém deve pagar por ele. Se houver um acidente em algum lugar, alguém deve ser processado. Mas atribuir culpas não traz cura nem restauração ao enfermo.

O plano de Deus não incluía doença e sofrimento, que vieram com o pecado. Por isso, Deus nos deu orientações de saúde – para que tenhamos qualidade de vida. Mas enquanto vivermos neste mundo, não haverá garantia de saúde, mesmo seguindo os princípios saudáveis.

A boa notícia é que Deus pode nos dar descanso, quer estejamos doentes ou saudáveis; quer nossa doença seja resultado de nossas ações, da negligência de outros, dos nossos genes, ou apenas o subproduto da vida neste mundo pecaminoso. Deus sabe como nos dar descanso.

Quando alguém adoece, não é bom atribuir culpas. Ao mesmo tempo, por que entender a causa da doença pode ser, em alguns casos, um passo essencial para a cura e recuperação?


Segunda-feira, 16 de agosto

Ano Bíblico: Jr 20-23

Tratando a raiz do problema

Alguns homens tinham descido o leito do paralítico à presença de Jesus, e todos olhavam para o Mestre. Curaria Ele um evidente pecador e repreenderia a enfermidade?

2. Qual foi a primeira coisa que Cristo fez pelo paralítico? Como Jesus o curou? Mc 2:5-12

Muitas vezes não estamos cientes da doença até percebermos os sintomas, pois costumamos pensar na doença apenas como sintomas. Pensamos que nos livrar dos sintomas significa a cura. Jesus trata a enfermidade de maneira diferente. Ele conhece a origem de todo sofrimento e toda doença e quer tratar primeiramente essa origem.

No caso do paralítico, em vez de tratar imediatamente os efeitos da doença, Jesus foi diretamente à origem do que mais incomodava o homem. O paralítico sentia o peso da culpa e separação de Deus mais severamente do que sua doença. Uma pessoa que obtém descanso em Deus é capaz de suportar qualquer sofrimento físico. Por isso, Jesus foi diretamente à origem e ofereceu primeiramente o perdão.

Os líderes religiosos ficaram chocados ao ouvir Jesus pronunciar o perdão. Em resposta às suas acusações silenciosas, Jesus lhes fez uma pergunta.

3. Como Jesus provocou os escribas? Com que problema Ele estava lidando? Mc 2:8, 9

Muitas vezes, as pessoas falam e não fazem, mas quando Deus fala, as coisas acontecem. Pela poderosa palavra de Deus, tudo passou a existir (Gn 1). Embora não possamos ver o perdão, ele é caro, pois custou a vida do Filho de Deus na cruz. Tudo o mais é secundário. A fim de demonstrar o poder e a realidade do perdão, Jesus decidiu curar o paralítico.

Deus deseja nos curar primeiramente por dentro. Às vezes Ele nos traz cura física imediata, como aconteceu com o paralítico, ou teremos que esperar pela manhã da ressurreição para experimentar a cura. Seja como for, o Salvador deseja que descansemos na certeza de Seu amor, graça e perdão hoje, mesmo em meio ao sofrimento.

Podemos obter descanso e paz, mesmo quando as orações pela cura não são atendidas logo?



Terça-feira, 17 de agosto

Ano Bíblico: Jr 24-26

Fuga

Com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença mais comum no mundo, que afeta mais de trezentos milhões de pessoas por ano, nem sempre apresenta sintomas evidentes. A depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e é uma das que mais contribuem para o estudo sobre a carga global de doenças. Infelizmente, muitas vezes não se fala em depressão no cristianismo porque ela pode ser vista como sinal de falta de fé. Afinal, os cristãos não deveriam estar sempre alegres e felizes? Não seria a depressão sinal de que algo está errado em nosso relacionamento com Deus?

Isso não é verdade. Cristãos fiéis às vezes lutam contra a depressão, especialmente após um acontecimento traumático, e isso não é sinal de falta de fé e confiança em Deus. Nos Salmos, vemos a dor, o sofrimento e a angústia que os fiéis de Deus sofreram.

Às vezes, a depressão toma conta de nós de modo lento e silencioso, e só a reconhecemos quando ela se intensifica. Ela nos atinge rapidamente, após um evento emocional ou físico desgastante. Elias ficou completamente esgotado, emocional e fisicamente, depois do episódio no Monte Carmelo.

4. Elias viu o fogo de Deus descendo do Céu. Em resposta à sua oração, a chuva caiu depois de três anos. Por que Elias fugiu diante da ameaça de Jezabel? 1Rs 18; 19:1-5

Elias havia tido um dia exaustivo. Essa experiência juntamente com uma ameaça de morte serviram de gatilho para a depressão. Além disso, Elias esteve presente quando cerca de 850 profetas de Baal foram massacrados, talvez alguns deles por suas próprias mãos (1Rs 18:40). Um evento como esse, mesmo por uma causa justa, pode levar a um estresse pós-traumático para aqueles que o assistem ou, pior ainda, participam dele.

Então Elias começou a correr, tentando fugir. Às vezes corremos para a geladeira e tentamos ficar felizes por meio da comida; tentamos acabar com a exaustão emocional dormindo; procuramos um novo relacionamento, emprego ou lugar. E às vezes nos atolamos no trabalho, prazos e compromissos, ao nos esforçarmos para fugir de algo inominável que drena nossa alegria e descanso. As pessoas tentam encontrar alguma solução para amenizar a dor. Porém, essas coisas apenas mascaram os sintomas; elas não resolvem o problema e, muitas vezes, podem torná-lo ainda pior.


Quarta-feira, 18 de agosto

Ano Bíblico: Jr 27-29

Cansado demais para fugir

Elias estava cansado demais para continuar fugindo. Então, ele orou novamente. Essa oração foi muito diferente da oração repleta de fé que Deus tinha respondido no Monte Carmelo (1Rs 18:36, 37) diante dos sacerdotes e profetas de Baal, dos membros da corte e do povo. Essa foi uma oração simples e curta, de desespero.

5. Elias afirmou que ele não era melhor do que seus pais. Do que ele estava falando? 1Rs 19:4

Quando Elias se aquietou, foi tomado pela culpa. Percebeu que sua saída rápida tinha desperdiçado o que teria sido a oportunidade para reforma em Israel. Percebeu que tinha decepcionado os que precisavam dele. E ele não podia fazer nada a respeito disso. Em uma dolorosa autorreflexão, conhecendo a história de Israel, ele se viu como realmente era.

A revelação de quem nós somos é dolorosa. Devemos ser gratos pela promessa de que, embora sejamos pecadores, em Cristo Deus nos verá como Ele vê Jesus! Existe esperança maior do que saber que, pela fé, podemos reivindicar a justiça de Cristo? (Fp 3:9)

No entanto, a depressão consegue nos sugar para um sombrio redemoinho de aversão a nós mesmos. E às vezes começamos a pensar que a morte seja a única saída. Esse parece ter sido o caso de Elias. Tudo aquilo era demais para ele. Ele disse: “Basta, Senhor! Tira a minha vida, porque eu não sou melhor do que os meus pais” (1Rs 19:4).

A boa notícia é que o grande Médico não condenou Elias. Deus entende melhor do que nós o que enfrentamos quando lutamos contra a depressão. “Pode ser que não tenhamos fortes evidências, nesse momento, de que nosso Redentor inclina o rosto sobre nós em compaixão e amor, mas é isso que acontece. Podemos não sentir Seu toque visível, mas Sua mão compassiva e amorosa está sobre nós” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 97).

Deus sabe e entende que “a viagem será longa” (1Rs 19:7) para nós, mas às vezes Ele tem que esperar até que paremos de fugir. Então Ele pode intervir.

Pessoas que estão se afogando ficam tão confusas que lutam contra o salva-vidas. Nesses casos, o salva-vidas então deve recuar e esperar que a vítima fique inconsciente para realizar o resgate.

Que esperança encontramos nos seguintes textos? (Sl 34:18; Mt 5:1-3; Sl 73:26; Is 53:4-6).


Quinta-feira, 19 de agosto

Ano Bíblico: Jr 30-32

Descanso e mais

Deus sabia que aquela fuga tinha deixado Elias cansado e que, mais do que fisicamente cansado, Elias estava emocionalmente exausto e carregava um tremendo fardo de culpa. Como Jesus fez ao paralítico, Deus apagou os erros passados e deu descanso para Elias. Finalmente, ele pôde, de fato, dormir e ser revigorado. Nossa expectativa é que esse teria sido o fim da história, mas não foi. O descanso de Deus não é um evento único. Entrar no descanso de Deus tem a ver com cura – com desaprender lentamente padrões de pensamento negativos e hábitos destrutivos. Deus não apressa a cura.

6. Leia 1 Reis 19:5-8. Para onde Elias estava indo agora? Por quê?

Após o descanso, Elias correu novamente. Mas dessa vez Deus reorientou sua direção. Deus entende que a vida neste mundo causa depressão. Ele compreende nosso impulso de correr e fugir, mas deseja redirecionar nossos passos. Em vez de tentar todos os mecanismos autodestrutivos de enfrentamento, Ele quer que corramos para Ele. Quando o fazemos, Ele deseja nos ensinar a ouvir o “som de um suave sussurro” (1Rs 19:12) que nos dará descanso.

Elias não tinha energia para percorrer a jornada ao encontro de Deus. O Senhor concedeu a energia ao profeta e prometeu um futuro melhor. Enquanto Elias estava deitado debaixo de um zimbro, desejando morrer, acreditava que seus melhores dias haviam acabado.

7. Leia 1 Reis 19:15, 16 e 2 Reis 2:11. O que ainda estava reservado para Elias?

Deus sabia que dias melhores estavam por vir para Elias. A cura viria para o profeta quando ele aprendesse a regular sua vida pelo ritmo de Deus e aceitasse Seu descanso. Ainda havia reis a ser ungidos e um sucessor a ser escolhido. Deus já sabia sobre Eliseu, que se tornaria tão próximo de Elias quanto um filho e que, pela fé, Elias voltaria a invocar fogo do Céu (2Rs 1:10). Para Elias, não haveria morte desesperada debaixo de um zimbro, mas, em vez disso, uma carruagem de fogo rumo ao descanso celestial.

O que a vida de Elias ensina sobre a atuação de Deus e a perseverança diante dos problemas?




Sexta-feira, 20 de agosto

Ano Bíblico: Jr 33-35

Estudo adicional

“Com a contínua mudança de circunstâncias, vêm mudanças também em nossa experiência; e por essas mudanças ficamos frustrados ou deprimidos. Mas a mudança de circunstâncias não tem poder para mudar a relação de Deus para conosco. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente; e pede-nos que tenhamos incondicional confiança em Seu amor” (Ellen G. White, Nos Lugares Celestiais, p. 120). “Continuem olhando para Jesus, fazendo, com fé, orações silenciosas, apoderando-se da força de Deus, quer tenham manifestos sentimentos, quer não. Avancem resolutos, como se cada uma das orações feitas tivesse sido acolhida pelo trono de Deus e atendida por Aquele cujas promessas não falham jamais. Prossigam no caminho, cantando e salmodiando a Deus em vosso coração, mesmo quando oprimidos por uma sensação de peso e tristeza. Digo-lhes como alguém que sabe: virá a luz, a alegria será nosso quinhão, e as névoas e nuvens serão espancadas. E passamos do poder opressor das sombras e trevas para a clara luz de Sua presença” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 242, 243).

Perguntas para consideração

1. É difícil ajudar os que sofrem de transtornos mentais ou depressão. Qual seria uma boa estratégia para sua igreja aprender a ministrar de modo eficaz a pessoas com depressão?

2. Os autores bíblicos foram abertos e honestos perante Deus. Como podemos promover uma atmosfera de abertura e honestidade em nossa congregação?

3. É difícil orar quando temos depressão. Há poder na oração pelos que não conseguem orar?

4. Por que é importante lembrar que fé não é sentimento? Se estamos deprimidos, desanimados e preocupados não significa que não tenhamos fé em Deus, mas que, naquele momento, estamos com esses problemas, como todos já estivemos em alguma ocasião. Nesses momentos, é importante se apegar a Deus com fé, mesmo que isso pareça difícil?

5. Vemos esperança no relato do paralítico, especialmente se o pecado nos trouxe doença?

Respostas e atividades da semana:

1. B. 2. Ele disse que os pecados dele haviam sido perdoados. 3. Ele perguntou: “O que é mais fácil? Dizer ao paralítico: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levante-se, tome o seu leito e ande’”? O problema ali era que os líderes religiosos não acreditavam que Jesus era o Filho de Deus e que Ele tinha autoridade para perdoar pecados. 4. Jezabel tinha ameaçado Elias de morte. Ele sabia do que ela era capaz. 5. Elias percebeu que ele era covarde. Ele entendeu que não tinha mérito e que havia decepcionado muitas pessoas com sua fuga inesperada. 6. Para Horebe, o monte de Deus, para ouvir as instruções do Senhor. 7. Ele ainda deveria ungir o rei da Síria e subiria ao Céu num redemoinho.