Lição 12

11 a 17 de setembro

O profeta inquieto

    Sábado à tarde

Ano Bíblico: Ez 45-48

VERSO PARA MEMORIZAR: Deus disse a Jonas: “E você não acha que Eu deveria ter muito mais compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem distinguir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?” (Jn 4:11).

LEITURAS DA SEMANA: Jn 1–4; Jr 25:5; Ez 14:6; Ap 2:5; Lc 9:51-56; Jd 1-25

Uma das histórias mais interessantes das Escrituras é a de Jonas. Ali estava ele, um profeta de Deus, chamado pelo Senhor, mas que fugiu do chamado. Então, depois de ser persuadido de maneira dramática a mudar de ideia e obedecer ao Senhor, ele finalmente o fez, mas apenas para queixar-se de que as pessoas a quem havia sido chamado a testemunhar tinham se arrependido e sido poupadas da destruição que, de outra forma, teria ocorrido! Esse é um exemplo de alguém que não tinha descanso, que não estava em paz – a ponto de clamar: “Agora, Senhor, peço que me tires a vida, porque para mim é melhor morrer do que viver” (Jn 4:3).

O próprio Jesus Se referiu à história de Jonas, dizendo: “Ninivitas se levantarão, no Juízo, com esta geração e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas” (Mt 12:41). Com certeza Cristo era maior que Jonas! Se não, Ele não poderia ser nosso Salvador.

Nesta semana, examinaremos a história de Jonas e o que podemos aprender com sua inquietação e falta de paz.

Domingo, 12 de setembro

Ano Bíblico: Dn 1-3

Fugindo

Jonas foi um missionário bem-sucedido, mas relutante, pelo menos no início. O chamado de Deus afetou sua vida de modo significativo. Em vez de colocar o jugo de Deus sobre os ombros e descobrir que Seu jugo é suave e que Seu fardo é leve (Mt 11:30), Jonas decidiu encontrar seu próprio “descanso”, ao ir em direção oposta à que Deus o estava chamando. 1. Onde Jonas esperava encontrar paz e descanso do chamado de Deus? Deu certo para ele? Leia Jonas 1 e assinale a alternativa correta: A. ( ) Nas montanhas. Ali, porém, Deus apareceu a ele. B. ( ) Em um navio para Társis, mas a presença do Senhor o alcançou.

Jonas partiu em direção oposta à que Deus o tinha chamado. Ele nem sequer parou para argumentar com Deus, como fizeram outros profetas da Bíblia quando foram chamados para ser mensageiros do Senhor (veja, por exemplo, Êx 4:13).

Curiosamente, essa não foi a primeira vez que Jonas tinha sido chamado para falar em nome de Deus, como é sugerido em 2 Reis 14:25. Na ocasião descrita em Reis, porém, Jonas fez o que o Senhor havia lhe pedido. Contudo, não dessa vez. Por quê?

Registros históricos e arqueológicos documentam a crueldade dos senhores neo-assírios que dominaram o antigo Oriente Próximo no 8o sé-culo a.C., época em que Jonas ministrou em Israel. Cerca de 75 anos depois, Senaqueribe atacou Judá. Israel e Samaria haviam caído vinte anos antes, e o rei Ezequias aparentemente havia se juntado a uma coalizão local antiassíria.

Havia chegado a hora de os assírios acertarem as contas. A Bíblia (2Rs 18; Is 36), documentos da Assíria e os relevos das paredes do palácio de Senaqueribe em Nínive contam a história cruel da queda de Laquis, uma das mais importantes fortalezas na fronteira sul de Ezequias. Em uma das inscrições, Senaqueribe dizia ter feito mais de duzentos mil prisioneiros de 46 cidades fortificadas que ele alegava ter destruído. Quando o rei assírio tomou Laquis, centenas ou milhares de prisioneiros foram empalados; os partidários radicais de Ezequias foram esfolados vivos, e o restante foi enviado à Assíria como mão de obra escrava.

Os assírios eram cruéis. E Deus enviou Jonas para o centro daquele império?

É de admirar que Jonas não quisesse ir?

Você já fugiu de Deus? A fuga deu certo para você? O que você aprendeu com esse erro?

Segunda-feira, 13 de setembro

Ano Bíblico: Dn 4-6

Um descanso de três dias

Ao fugir de Deus, Jonas teve problemas. Seu “descanso” foi perturbado quando o Senhor interveio por meio da tempestade. Deus salvou Jonas da sepultura nas águas, ordenando que um peixe o salvasse. No entanto, somente quando Jonas se viu num descanso forçado de três dias no grande peixe, ele percebeu como dependia de Deus. Às vezes, temos que ser levados aonde não temos nada que o mundo oferece para nos apoiar, a fim de perceber que nossa necessidade é de Jesus.

2. Leia a oração de Jonas no ventre do peixe (Jn 2:1-9). Sobre o que ele orou? Assinale a alternativa correta: A. ( ) Ele orou pelos ninivitas. B. ( ) Ele pediu que pudesse ver outra vez o templo do Senhor.

Embora ele estivesse nas profundezas, numa situação muito perigosa, Jonas orou pelo santuário. Ele olharia para o “santo templo do Senhor”.

O que estava acontecendo ali?

O templo foi o ponto focal dessa oração e deveria ser o ponto central da oração em geral. Existia apenas um lugar no Antigo Testamento em que Deus podia ser encontrado. Ele estava no santuário (Êx 15:17; Êx 25:8), o lugar central de oração e comunhão com Deus.

No entanto, Jonas não estava se referindo ao templo de Jerusalém. Em vez disso, ele estava falando do santuário celestial (Jn 2:7). Era ali que estava sua esperança, pois era daquele lugar que verdadeiramente vinham Deus e a salvação oferecida por Ele.

Jonas finalmente havia entendido essa verdade. Havia experimentado a graça de Deus e sido salvo. Quando o grande peixe vomitou Jonas, ele entendeu em primeira mão o amor de Deus por ele, um profeta fugitivo, e aprendeu (mesmo com desvios no caminho) que o único caminho seguro para o cristão é fazer a vontade do Senhor.

Ele então decidiu cumprir seu dever e obedecer às ordens de Deus, finalmente indo para Nínive, pela fé, visto que estava se dirigindo a uma cidade extremamente perversa, cujos cidadãos podiam não gostar daquele profeta estrangeiro denunciando-lhes a grande maldade.

Às vezes, precisamos nos afastar de tudo para ter uma nova perspectiva. Embora a história de Jonas, que sobreviveu no ventre do peixe, seja um caso extremo, o afastamento do nosso ambiente nos permite ver esse ambiente de uma perspectiva nova e talvez necessária?

 Terça-feira, 14 de setembro

Ano Bíblico: Dn 7-9

Missão cumprida

Comparada a qualquer cidade em Israel, Nínive era enorme. “Ora, Nínive era uma cidade muito importante diante de Deus; eram necessários três dias para percorrê-la” (Jn 3:3).

3. Leia Jonas 3:1-10. Qual foi a resposta daquela cidade perversa? Quais lições podemos extrair dessa história em nossa tentativa de testemunhar aos outros?

Enquanto caminhava pela cidade, Jonas proclamou a mensagem de Deus: “Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída” (Jn 3:4). A mensagem foi ao ponto. Embora os detalhes não tenham sido apresentados, fica claro que a mensagem caiu em ouvidos receptivos e que o povo de Nínive, de maneira coletiva, acreditou nas palavras de advertência de Jonas.

De maneira típica do Oriente Próximo, o rei de Nínive proclamou um decreto para demonstrar mudança no coração. Todos, inclusive os animais, precisariam jejuar e lamentar. O rei desceu de seu trono e sentou-se sobre cinzas, um ato simbólico muito importante.

4. Quais elementos estavam envolvidos no discurso do rei, que mostra sua compreensão do verdadeiro arrependimento? Jn 3:6-9; Jr 25:5; Ez 14:6; Ap 2:5

O sermão foi curto, direto ao ponto, mas repleto de teologia correta sobre o arrependimento. Enquanto Jonas pregava, o Espírito Santo trabalhava no coração dos ninivitas.

Os ninivitas não haviam tido o privilégio dos israelitas de vivenciar todas as histórias da terna condução de Deus, e, ainda assim, eles responderam de maneira positiva. Disseram, com efeito, “que nos lancemos na misericórdia do Senhor, não em nossas próprias realizações! Confiemos totalmente em Sua bondade e graça”.

Estranhamente, Jonas, que tinha experimentado a graça de Deus, pensava que a graça fosse algo tão exclusivo que somente alguns podiam ter a oportunidade de depender dela e descansar nela.

Por que o arrependimento é tão essencial na experiência cristã? O que significa nos arrepender dos pecados, especialmente dos pecados que cometemos repetidamente?

Quarta-feira, 15 de setembro

Ano Bíblico: Dn 10-12

Um missionário irado e inquieto

5. Qual era o problema de Jonas? O que aprendemos de seu caráter defeituoso? Jn 4:1-11

Infelizmente, a história de Jonas não termina no capítulo 3.

O capítulo 4 começa com a ira de Jonas para com Deus porque seu esforço missionário tinha sido muito bem-sucedido. Jonas estava preocupado em parecer tolo. Deus tomou tempo para conversar com Seu profeta, que se comportou como criança, tendo um acesso de ira.

Os fiéis de Deus, mesmo os profetas, têm que amadurecer e vencer algumas coisas.

“Quando Jonas viu o propósito de Deus de poupar a cidade que, apesar de sua impiedade, tinha sido levada a se arrepender, vestida em pano de saco e coberta de cinza, ele devia ter sido o primeiro a se alegrar com a maravilhosa graça de Deus. No entanto, ao contrário disso, permitiu que sua mente se fixasse sobre a possibilidade de ser considerado um falso profeta. Preo-cupado com sua reputação, ele perdeu de vista o valor infinitamente maior dos que viviam naquela cidade infame” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 271).

A paciência de Deus para com Seu profeta foi surpreendente. Ele estava determinado a usar Jonas, e quando Jonas fugiu, Deus enviou a tempestade e o peixe para trazer o fugitivo de volta. E, novamente, quando Jonas estava sendo teimoso e hostil, Deus buscou persuadi-lo de sua postura ruim, dizendo-lhe: “Você acha que é razoável essa sua raiva?” (Jn 4:4).

6. Leia Lucas 9:51-56. Como esse relato se compara ao que aconteceu na história de Jonas?

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Deus disse: “E você não acha que Eu deveria ter muito mais compaixão da grande cidade de Nínive, em que há mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem distinguir entre a mão direita e a mão esquerda, e também muitos animais?” (Jn 4:11). Devemos ser muito gratos, pois, no fim, Deus é o Juiz supremo do coração, da mente e das motivações. Já pensou se nós fôssemos os juízes?

Como aprender a refletir a compaixão e a paciência que Deus tem para com as pessoas?

  Quinta-feira, 16 de setembro

Ano Bíblico: Os 1-4

Uma rua de mão dupla

Parece que não valia a pena lidar com os problemas que Jonas causava. Nínive era perigosa, mas os ninivitas não pareciam ser o problema. Eles entenderam a mensagem e logo se arrependeram. Jonas, o missionário, era o elo mais fraco nessa história de missão. Deus perseguiu o relutante profeta porque sabia que Jonas precisava da viagem missionária a Nínive tanto quanto os ninivitas precisavam ouvir a mensagem do missionário.

7. Leia o livro de Judas. Como podemos nos manter “no amor de Deus” (Jd 21). O que isso significa?

Judas nos ordena, no verso 21: “Mantenham-se no amor de Deus, esperando a misericórdia do nosso Senhor Jesus Cristo, que conduz para a vida eterna”.

Experimentar o amor e a graça de Deus não é um acontecimento único. Uma forma segura de nos “manter no amor de Deus” é estender a mão aos outros. Nos versos seguintes, Judas nos ordenou a “ter compaixão” e “salvar” os outros, “arrebatando-os do fogo”.

8. Como as palavras de Judas 20-23 se relacionam à história de Jonas, e o que isso também nos revela?

Deus chamou Jonas para ir a Nínive porque o profeta não havia refletido sobre sua relação com os assírios antes do chamado. Ele não gostava dos assírios, mas não fazia ideia do quanto os odiava nem das coisas extremas que faria para evitá-los, mesmo depois do chamado. Jonas não estava pronto para ter um vizinho ninivita no Céu. Ele não tinha aprendido a amar como Deus ama. O Senhor chamou Jonas para ir a Nínive porque amava os ninivitas e os queria em Seu reino. Mas também chamou Jonas porque o amava e desejava que se tornasse mais semelhante a Ele, à medida em que trabalhavam juntos. Deus queria que Jonas encontrasse o descanso que temos quando estamos em um relacionamento salvífico com Ele e fazemos Sua vontade, que inclui estender a mão aos outros e mostrar-lhes a fé e a esperança.

Você trabalha pela salvação dos outros? Isso o leva a encontrar descanso espiritual em Jesus?

Sexta-feira, 17 de setembro

Ano Bíblico: Os 5-9

Estudo adicional

“Na tarefa que lhe fora entregue, Jonas tinha recebido uma pesada responsabilidade; contudo, Aquele que o havia mandado ir estava apto a sustentar Seu servo e garantir seu sucesso. Se o profeta tivesse obedecido sem questionar, ele teria sido poupado de muitas experiências amargas e teria sido generosamente abençoado. Apesar de tudo, na hora do desespero de Jonas, o Senhor não Se afastou dele. Por meio de uma série de provas e estranhas providências, a confiança do profeta em Deus e em Seu infinito poder para salvar devia ser revivida” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 266). “Milhares podem ser alcançados pelo modo mais simples e modesto. Os mais intelectuais, considerados os homens e mulheres mais prendados do mundo, são muitas vezes refrigerados pelas palavras simples de alguém que ama a Deus e fala desse amor tão naturalmente como os mundanos o fazem das coisas que mais profundamente lhes interessam” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 232).

Perguntas para consideração

1. O profeta de Deus ficou chateado porque o povo a quem o Senhor o tinha enviado aceitou a salvação. Como entender essa atitude de Jonas? Que exemplo poderoso da paciência de Deus com Seu povo, mesmo quando ele age de forma contrária à luz que possui!

2. Deus não deseja salvar somente rebeldes, mas também quer transformar Seus seguidores. Como obter um “novo coração”, mesmo que já conheçamos o Senhor e a verdade? Qual é a diferença entre conhecer a verdade e ser transformado por ela?

3. Qual é a mensagem essencial do livro de Judas e por que ela é relevante para a igreja hoje?

4. A experiência de trabalhar pela salvação de outros também nos faz bem espiritualmente?

5. Não importando as razões de Jonas para não querer ir a Nínive, Deus lhe mostrou que ele estava equivocado. Podemos refletir, em nossa relação com os outros, a atitude de Jonas?

Respostas e atividades da semana:

1. B. 2. B. 3. Os ninivitas creram em Deus, jejuaram e vestiram panos de saco. Ao testemunharmos, as pessoas atenderão ao chamado do Senhor. 4. O rei mencionou que o povo devia clamar a Deus e se converter de seus maus caminhos. Talvez assim Ele mudaria de ideia. 5. Jonas era egoísta e orgulhoso. Ele sabia que Deus era misericordioso e que perdoaria os ninivitas. Ele ficou irritado, pois poderia ser considerado um profeta falso. Porém, Deus deu uma lição a Jonas ao fazer crescer e depois matar a planta que deu sombra ao profeta. 6. A atitude de Jonas foi semelhante à de Tiago e João, que desejaram destruir os samaritanos. 7. Amando e servindo ao nosso próximo. 8. Mostram o princípio que Jonas deveria ter seguido: ter compaixão dos outros e buscar salvá-los. Além disso, elas destacam nosso dever como cristãos.